Apesar de o mundo caminhar para grandes transformações digitais, avanços tecnológicos e inovações em saúde, ainda ocorrem inúmeras mortes por danos aos pacientes durante a assistência prestada em organizações de saúde, muitas delas evitáveis. Os dados são alarmantes. De acordo com Couto et al (2018), no Brasil, em estudo realizado com mais de 445.000 pacientes, em 183 hospitais de 13 estados da Federação, os resultados apontaram mortalidade de 22,8% no SUS e 12% na Saúde Suplementar nos pacientes que sofreram eventos adversos gerais.
Em eventos adversos graves a mortalidade foi de 37% e 28,8%, respectivamente. Os autores concluem que de 30% a 36% dessas mortes poderiam ser evitadas. Tais eventos adversos ainda oneram o sistema, em função de um maior tempo médio de permanência na organização hospitalar.
O cenário apresentado exige ações imediatas voltadas à segurança do paciente. A Organização Mundial da Saúde preconiza há anos a cultura de segurança nas organizações de saúde, declarando em 2020, frente à pandemia do coronavírus, que haverá mais segurança do paciente se o ambiente das organizações for seguro também aos profissionais de saúde. Declara ainda mais: 2020 a 2030 é a década dedicada à segurança do paciente.
Para que possa ocorrer tal mudança, gestores das instituições de saúde precisam investir na cultura da segurança. Gestores são os responsáveis por prover recursos suficientes e adequados, promover treinamento constante às equipes e encorajar a cultura não punitiva. Devem, sim, incentivar a investigação das causas de falhas no processo, corrigindo-as para alterar a atual situação.
Por fim, para oferecer uma assistência de qualidade, com segurança, possibilitando uma jornada memorável ao paciente e seus familiares, deve-se buscar excelência na qualidade assistencial, atenção centrada no paciente e as melhores práticas na experiência do paciente. Avanços têm sido obtidos, mas é necessário mais!
Gestores precisam se qualificar em gestão de pessoas, de processos, contábil financeira, de inovação, entre outras, e compreender as necessidades de pacientes e profissionais de saúde, de modo a construir um ambiente seguro a todos, de modo que as instituições de saúde atinjam padrões e níveis mais elevados de excelência na assistência e na satisfação de pacientes e seus familiares.
Cinco fatores para melhorar a segurança de pacientes em hospitais:
1 – Tecnologia de monitoramento
Profissionais de saúde se responsabilizam por muitos e vários pacientes em seus turnos. Cada um desses pacientes possuem necessidades diferentes e medicamentos diferentes. Com a utilização de uma tecnologia eficaz de monitoramento, médicos e enfermeiros podem verificar se estão sempre seguindo o procedimento certo para o paciente certo e se estão atentos às necessidades de cada paciente.
Avanços tecnoló9gicos como alarmes de leito para notificar a equipe se um paciente cair ou sistemas de código de barras que verificam a medicação do paciente, são algumas das medidas que muitos hospitais já estão tomando para que a segurança de seus pacientes seja aumentada, fornecendo uma maneira fácil de detectar e prevenir danos causados por erro humano em hospitais.
2 – Os pacientes compreenderem o seu tratamento
Nem todas as responsabilidades de segurança do paciente recaem sobre médicos e enfremeiros: os próprios pacientes também tem a sua parcela de influência. Para prevenir erros, é preciso de que eles sejam informados sobre seus próprios cuidados.
Isso não significa que os pacientes precisam ter o mesmo conhecimento de sua situação que um profissional de saúde, mas entender o que está acontecendo em seu tratamento e seus riscos é muito útil para promover a segurança dos mesmos.
3 – Verificar todos os procedimentos médicos
É comum ouvirmos histórias de erros cirúrgicos, como intervenções sendo realizadas no lugar errado. Para prevenir erros em operações como esses, é importante integrar processos de verificação regulares em procedimentos hospitalares.
Existe, por exemplo, o Protocolo Universal da Joint Commission on. Accreditation of Healthcare Organizations (JCAHO), que permite que qualquer membro da equipe cirúrgica faça um “time out” para verificar os detalhes da cirurgia.
4 – Seguir os procedimentos de higienização corretamente
Pode ser uma tarefa simples, mas a lavagem das mãoes é uma das melhores maneiras de impedir a propagação de germes e prevenir infecções em hospitais. Não só em momentos como o da pandemia em que vivemos, mas no geral, é importante que os profissionais de saúde usem desinfetante à base de álcool regularmente e conversem com seus pacientes sobre a importância da higiene das mãos. Isso permite que os pacientes assumam o controle de sua própria saúde, perguntando aos profissionais de saúde se eles lavaram as mãos ao entrar na sala.
5 – Promover uma boa atmosfera de equipe
A gestão de pessoas é fundamental para definir a atitude do seu hospital em relação à prevenção de erros. Enfermeiras e outras pessoas com contato direto com o paciente podem se sentir impotentes e pouco valorizados por seu trabalho árduo, por exemplo. É importante formar equipes interdisciplinares de avaliação de risco para ajudar a resolver as questões de segurança dos pacientes e promover o trabalho em equipe entre os funcionários do hospital.
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