Quantas vezes você já estragou um momento pessoal importante por causa de algo ruim que aconteceu durante o dia? E que nem foi com você? Mas, só o fato de você ter sido o manipulador da toxina, fez com que aquela emoção ficasse latente. Pronto, você tem dificuldade para comer, insônia, briga com o seu parceiro, ou acaba frustrando uma série de expectativas, simplesmente porque não soube gerenciar tudo isso. O preço mais comum da manipulação de toxinas é o esgotamento psicológico, físico e emocional.
Daniel Goleman diz que emoções são contagiosas. As toxinas dos outros, então, penetram por nossas defesas, e levamos a dor de cabeça para casa junto conosco. Um dos maiores perigos da manipulação de toxinas é se tornar tóxico a si mesmo. Manipuladores sem estratégia acabarão com suas vidas pessoais. Assim como as pessoas que manipulam lixo tóxico em zonas radioativas, os manipuladores precisarão de um “traje protetor” para ficar longe do perigo.
O trabalho de um manipulador de toxinas não é celebrado nem admirado, não espere por isso. Nem mesmo o reconhecimento daqueles que estão sendo ajudados, uma vez que este trabalho é feito nos bastidores. E como os manipuladores geralmente trabalham sozinhos, guardando para si mesmos a dor que estão administrando, eles ficam isolados e aprisionados na função.
Os manipuladores de toxinas não são psicoterapeutas, professores de meditação ou líderes religiosos. Ainda assim, lidam com o sofrimento e ajudam os outros da mesma forma que esses profissionais fazem. Tendem a sacrificar suas vidas pessoais com este trabalho e a negligenciar seus estados físico, emocional, mental e espiritual no decorrer do processo. Por isso, é preciso admitir que o balanceamento é necessário. Quanto mais entendermos como funciona tudo isso, menos vamos nos deixar contaminar e mais fácil vai ficar para neutralizarmos todas essas toxinas.
Estimulando ou maltratando?
O cérebro humano é tão fascinante quanto complexo. A linha entre o que o estimula e o que o maltrata é muito tênue. Gregory Berns, professor de Psiquiatria, Economia e Negócios e diretor do departamento de Neuroeconomia da Emory University, explica que até os melhores programas organizacionais podem se tornar uma ameaça se não levarem em conta as reações do cérebro diante de determinadas situações.
Ele cita como exemplo as análises de desempenho. As pessoas que estão sendo examinadas costumam sentir que só por participar dessa atividade seu status dentro da companhia é afetado. Elas vivenciam a experiência como uma ameaça, e essa postura dificulta o retorno esperado: a mudança positiva do comportamento.
Todas as situações relacionadas com a “dor social” experimentada pelo cérebro diante da sensação de exclusão acabam afetando a capacidade cognitiva. Berns explica que quando alguém adota uma postura diferente, uma pequena parte do cérebro associada ao medo da rejeição é ativada. Então inicia-se uma reação emocional que reduz os recursos disponíveis para o ‘cérebro pensante’, no córtex pré-frontal, o que, por sua vez, diminui o desempenho e a capacidade de criar e de tomar decisões.
Sendo assim, os líderes devem entender a importância de promover ambientes de aceitação e autonomia para oferecer segurança para sua equipe. A rejeição social é tão difícil de suportar quanto a dor física, já que os caminhos do cérebro de ativação das dores física e social são similares. Relacionamentos tóxicos ou negativos fazem mal, e ao longo do tempo podem funcionar como um lento veneno para o seu organismo.
Atividades mentais como a meditação e exercícios de respiração liberam o estresse e evitam que você absorva as energias negativas, ajudando a ajustar o foco da mente, de modo a possibilitar uma melhor recuperação. É imprescindível que você fortaleça a sua capacidade física e o seu sistema imunológico, uma vez que gastará muita energia sem recuperação. Portanto, faça pausas e construa suas próprias reservas. A sua saúde é a sua vida!
Alessandra Assad é Master of Sciense in Business Administration in Neuromarketing na instituição de ensino Florida Christian University, é jornalista especializada em management, com MBA em Direção Estratégica e Mestrado em Neuroliderança. Professora nos MBAs da Fundação Getulio Vargas em todo o Brasil e professora no Master of Sciense in Business Administration in Neuromarketing na Florida Christian University. Palestrante internacional e CEO da ASSIM ASSAD – Desenvolvimento Humano. Autora dos livros Atreva-se a Mudar!, Leve o Coração para o Trabalho e A Arte da Guerra para Gestão de Equipes e Liderança Tóxica.