Fortaleza, a capital nordestina com o maior número de shoppings, não tem previsão de inaugurar novos centros comerciais de grande porte. Com o setor considerado saturado, a cidade vive um boom de strip malls empreendimentos menores, abertos e mais baratos de operar que devem somar ao menos cinco novas unidades em 2025. Segundo especialistas, o alto custo, a mudança nos hábitos de consumo e a valorização da conveniência têm impulsionado o crescimento desse formato. “Para construir um shopping do zero, não há o espaço que existia há dez, vinte anos”, diz o consultor Christian Avesque. Enquanto isso, as grandes redes de shoppings expandem para cidades médias e pequenas, onde ainda há espaço e demanda.
A saturação dos grandes centros também tem causado transformações internas. A perda de lojas âncora marcas conhecidas que ocupam grandes áreas é um reflexo direto da mudança no consumo e no modelo de negócio. “As lojas de eletrodomésticos e móveis, por exemplo, reduziram muito o seu estoque e área de venda nos shoppings. A gente vê cada vez menos lojas âncoras e menos lojas que vendem vestuário, as vendas de roupas estão se concentrando nas grandes varejistas”, afirma Ulysses Reis, coordenador de Varejo da SBS Strong Business School. Ele reforça que os shoppings precisam agora ser mais que espaços de compras, transformando-se em áreas de convivência, lazer e alimentação para garantir a relevância e atratividade.