O desenvolvimento ágil é uma forma de trabalho que se iniciou na área de Tecnologia da Informação. O surgimento foi com a assinatura do Manifesto Ágil, em fevereiro de 2001, no estado americano de Utah.
O coordenador acadêmico do MBA em Gestão Estratégica da Tecnologia da Informação da STRONG FGV em Osasco e Alphaville, André Barcaui, conta como era o desenvolvimento de softwares antigamente. “No fim do século passado havia pouca documentação, era um método muito particular, uma coisa idiossincrática, bagunçada. ”
“Com o tempo isso começou a ficar muito fechado, começaram a se criar modelos e isso começou a prender muito as pessoas no desenvolvimento de softwares, e então percebeu-se que isso poderia ser mais flexibilizado e que a gente poderia gerar mais valor e menos desperdício se trabalhássemos de uma maneira ágil”, complementa Barcaui.
O Manifesto Ágil deu um contexto mais amplo ao desenvolvimento de softwares, o que se se expandiu para outros segmentos, até fora da área de Tecnologia da Informação. “É muito difícil hoje você ver uma empresa de TI seguindo métodos mais preditivos”, afirma o professor.
O principal ponto do desenvolvimento ágil é gerar valor com menos desperdício. “E o que consideramos como desperdício é o próprio planejamento – se você planejar muito antes para depois executar e controlar, como sabemos que terão muitas mudanças, não seria mais fácil adaptar na medida da necessidade da mudança? ”, questiona o professor, fazendo a ressalva de que o planejamento em si não é descartado completamente.
Expansão do desenvolvimento ágil
Atualmente, muitas empresas estão escalando a agilidade dentro da própria estrutura organizacional, deixando de ser verticalizadas para ser cada vez mais horizontalizadas. “Com menos níveis de hierarquia você tem decisões mais agilizadas”, diz Barcaui. “Os ambientes ficam mais dinâmicos, você se adapta melhor, aprende com seus erros e vai evoluindo sempre. ”
O desenvolvimento ágil é uma mudança de mentalidade muito grande. “Métodos como o kanban, o scrum, agilizam muito a vida do gestor, porque são fáceis, você pode ter o controle por um aplicativo, pode atualizar a equipe em tempo real, facilita a gestão de uma maneira geral. ”
O coordenador do MBA conclui ressaltando o impacto da transformação ágil nas empresas. “Mais importante que os métodos, é a mentalidade. Você colocar post-it na parede é uma coisa, mas você de fato pensar em colaboração, pensar mais em pessoas do que processos, isso não é tão simples. ”
“Isso pressupõe que os stakeholders da organização participem mais desse desenvolvimento. Não é como antigamente que tinha aquela dicotomia na qual o fornecedor prepara e o cliente recebe, e se não recebe bem é culpa do fornecedor. Isso não é produtivo, gera resultados ruins e ninguém fica satisfeito”, completa.
