A pandemia definitivamente impactou o futuro do trabalho em todo o mundo. As mudanças que vieram por conta dos protocolos de saúde e distanciamento social, como o trabalho remoto, vieram para ficar. São muitos os estudos que mostram que a tendência para o pós-pandemia é de que as empresas não voltem ao mesmo modelo totalmente presencial de antes.
As pessoas não querem mais aquela rotina em todos os dias da semana. Elas querem voltar ao convívio pessoal, mas não de segunda à sexta. O modelo híbrido é a tendência, principalmente, pelo desejo dos funcionários.
Segundo uma pesquisa on-line feita pelo LiveCareer nos Estados Unidos, 29% dos profissionais ouvidos afirmaram que iriam sair de seus empregos se fossem forçados a retornar ao trabalho presencial de forma integral ao final da pandemia.
Essa demanda por mais flexibilidade existe há décadas. Mesmos antes da pandemia, inúmeras pesquisas mostravam a preferência dos funcionários pelo trabalho remoto, ao menos em parte do tempo.
Um dos principais obstáculos do trabalho remoto é a confiança. Muitos gestores simplesmente não confiam o suficiente em sua equipe para permitir o home office sem restrições. Estes gestores, que acabam por se preocupar demais com tempos de expediente e menos com resultados, por exemplos.
Vale ressaltar que este perfil de liderança está se tornando cada vez menos comum nas organizações. O mundo está mudando e a prioridade são os resultados e os objetivos.
Quais as soft skills necessárias para o mundo pós-pandemia?
Inteligência Emocional
Com a chegada da pandemia, muitos líderes não estavam bem preparados para poder lidar com as demandas da nova forma de trabalhar que tomou o mundo. Apesar de que os líderes do futuro ainda precisem ter as habilidades mais tradicionais, a inteligência emocional vai passar a ser extremamente importante neste novo mundo profissional.
Isso acontece pois as lideranças vão precisar construir uma relação de confiança com suas equipes, os motivando e inspirando. Conforme citamos acima ao falar da tendência do trabalho remoto, esta mesma tendência exige dos líderes que saibam como agir de forma mais empática, sabendo como apoiar seus liderados.
Comunicação
Seguindo a mesma linha de raciocínio, é importante que não só as lideranças, mas que todos os funcionários tenham boas habilidades de comunicação. Com o trabalho remoto, a comunicação funciona de forma bem diferente do olho no olho das conversas presenciais.
Com boas habilidades de comunicação, você pode diminuir o risco de mal-entendidos que infelizmente são comuns e acontecem, justamente, por causa de uma comunicação pouco efetiva.
O futuro dos empregos pós-pandemia
Impacto da tecnologia
Há anos se fala de como a tecnologia pode substituir a mão de obra humana em muitos casos. Tanto transformando completamente profissões que já existem, quando criar novas funções ou mesmo acabar com outras.
O professor Ricardo Machado, dos cursos de MBA da FGV na Strong Business School, comenta que as muitas mudanças que vão acontecer no mercado de trabalho devido à tecnologia terão impactos diferentes a depender do setor de atividades.
As indústrias, no popular chão de fábrica, devem sofrer uma profunda transformação, por exemplo. Muitos funcionários devem ser substituídos completamente pela automação, em um processo que já vem sendo anunciado há tempos.
Na área financeira, as fintechs continuam ganhando cada vez mais espaço, fazendo com que os bancos tradicionais se adequem e lancem as suas ferramentas para competir com estas novas empresas.
A tecnologia no recrutamento
Enquanto ainda estamos vivendo em uma pandemia, os processos seletivos são virtuais, pela maior parte. Obviamente, a tecnologia chegou também neste setor e foi massivamente adotada. Porém, segundo o professor Ricardo Machado, os headhunters não estão preferindo manter o formato 100% virtual na hora de fazer as contratações.
Como conta o professor, na visão dos headhunters, a decisão final não consegue ser feita sem aquele encontro pessoal. O olho no olho e a intuição dos recrutadores ainda vai desempenhar um papel importantíssimo na hora da contratação.
Quais profissões vão estar em alta no pós-pandemia?
Segundo o Fórum Econômico Mundial de Davos:
- Gestor de Infraestrutura
- Gestor de Plataformas Mobile e Web
- Gestor de Marketing Digital
- Gestor Tributário
- Gestor de Logística e Supply Chain Management
- Gestor Jurídico
- Gestor Financeiro
- Gestor de Inteligência de Mercado
- Gestor de Qualidade de Vida
- Funções ligadas à área de Compliance
- Profissionais do Entretenimento
- Profissionais de Meio Ambiente
- Profissionais de Saúde Mental
- Profissionais de Energias Renováveis
- Profissionais de Inteligência Artificial
- Técnicos de Saúde
- Arquitetos e Engenheiros 3D
- Especialistas em otimização de processos (Agile)
Alguns setores entrarão em retração ao fim da pandemia. É o caso das áreas como Educação e o setor Automobilístico, por exemplo. O mercado para profissionais de Tecnologia da Informação, também tem perdido espaço para empresas terceirizadas.
O setor bancário, por exemplo, com o fechamento de muitas agências e a possibilidade, cada dia maior, de realizar os serviços pela internet. Por outro lado, corretoras e outras empresas da área financeira que nasceram nesse meio digital devem apresentar um crescimento significativo.
E como melhorar as chances de empregabilidade neste novo mundo profissional?
O sucesso na busca por um emprego depende de dois fatores principais: as suas habilidades e a sua motivação. A questão motivacional é autoexplicativa – sem esforço, você facilmente será preterido por outro profissional com as mesmas habilidades, mas mais motivado.
E para desenvolver suas habilidades, a dica é aprofundar os seus estudos. Cursos de pós-graduação ou MBA costumam abordar diversas áreas de atuação. Além de serem graduações abertas a profissionais formados em várias áreas diferentes, estes cursos também promovem um networking interessante entre colegas e professores.
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