A logística reversa se tornou assunto na imprensa recentemente com a assinatura do decreto que regulamenta a destinação dos resíduos de eletroeletrônicos em todo o Brasil. Com isso, as empresas do setor são obrigadas a implementar sistemas de coleta desse tipo de resíduo e dar sua destinação correta.
O professor e coordenador do MBA em Logística e Supply Chain Management da FGV, Jamil Moyses Filho, conta que o Brasil está evoluindo na questão de legislação da logística reversa, mas ainda em ritmo mais lento se comparado a países desenvolvidos, principalmente os europeus.
Jamil ressalta que devem surgir mais projetos relacionados à área, o que exige uma demanda de profissionais especializados na logística reversa. “Vai haver a necessidade por profissionais hábeis, que conhecem a legislação e possuem experiência, que consigam fazer uma orientação adequada e oferecer alternativas para as empresas”, explica o coordenador do MBA.
Logística reversa é uma das disciplinas abordadas no MBA em Logística e Supply Chain Management da STRONG FGV. A questão ambiental também é discutida na disciplina de Logística do Varejo. O curso forma profissionais de logística capacitados para atender às evoluções do mercado e aos avanços da legislação.
Política Nacional de Resíduos Sólidos
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi estabelecida com a lei nº 12.305 de 2010 – com o intuito de estabelecer responsabilidades tanto para os produtores quanto aos vendedores e consumidores. “Essa lei buscou evidências sobre o quais famílias de resíduos causam mais impacto ambiental”, explica o professor. “A primeira família foi a dos agrotóxicos, ou seja, quem produz, quem comercializa e quem utiliza os agrotóxicos tem responsabilidade na destinação final dos resíduos. ”
O professor cita também a importância da logística reversa em relação aos pneus. “No Brasil usamos uma tecnologia muito eficaz em que o pneu é triturado e pode ser aproveitado no recapeamento asfáltico. Sem ela, nosso país teria um dos maiores índices de sucata de pneus do mundo. ”
Outras famílias de produtos citadas pelo professor que exigem atenção especial são combustíveis e lubrificantes, pilhas e baterias, lâmpadas, embalagens e material hospitalar.
Com o amparo legal da responsabilidade pela logística reversa, fica mais importante que as empresas atendam aos fatores ESG (Environmental, Social and Governance – comprometimento ambiental, social e governança). “Esses fatores passam a ser uma premissa para a nossa atuação”, conclui Jamil.
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Matéria do coordenador do MBA em Logística, Jamil Moysés Filho, na Folha de S. Paulo.
