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A importância do planejamento financeiro de startups

Blog
11 de agosto de 2017
startup

Para o sucesso de uma startup, o planejamento financeiro do negócio é tão importante quanto ter uma boa ideia e amplo mercado de atuação. Muitas vezes este ponto não recebe a devida atenção dos empreendedores no início das operações, o que é natural pois a empolgação com a ideia e a vontade de fazer acontecer acaba tomando a maior energia.

No entanto, deixar de planejar e acompanhar este aspecto do negócio pode trazer situações de extremo estresse ou mesmo fazer com que uma boa ideia não tenha sucesso.

Para as startups, um conceito básico em finanças de grande importância é a diferença entre lucro e fluxo de caixa, pois todo empreendedor deve compreender que o que leva uma empresa à falência não é o necessariamente o prejuízo, mas sim o fluxo financeiro.

Para compreender esta diferença, imagine uma empresa que apresente prejuízo de R$ 50.000 mensais. Caso ela tenha R$ 100 milhões em caixa poderá ficar mais de 100 anos com este prejuízo é irá a falência.

Por outro lado, se uma empresa compra uma mercadoria por R$ 1 milhão e vende uma semana depois por R$ 10 milhões, gerará um lucro enorme em um curto espaço de tempo. No entanto, se a compra for negociada para pagamento em um mês e a venda para recebimento em um ano, mesmo com um lucro enorme ela poderá ter quebrado.

Este exemplo simples evidencia a importância da gestão de fluxo de caixa para qualquer empresa, principalmente para startups.

O início de operação da maioria das empresas representa um momento em que são realizados grandes investimentos, seja de esforço de pessoal ou mesmo de recursos financeiros. Neste período a startup está criando o seu produto ou serviço e desenvolvendo o seu mercado e normalmente não se esperar a geração de resultado positivo pois a receitas tendem a ser pequenas e os gastos para tornar o negócio uma realidade a consumir mais que o negócio é capaz de gerar.

O que se espera é que ao passar do tempo a empresa consiga aumentar as suas vendas até gerar lucro e se tornar sustentável.

Diante deste cenário, entre os diversos conceitos de planejamento financeiro necessários para a boa gestão de empresas dois pontos são destacados para startups:

O ponto de equilíbrio do negócio

Ao iniciar o planejamento de uma startup é fundamental que se apure a margem de contribuição unitária esperada na venda de cada de seus produtos ou serviços.

Margem de contribuição unitária pode ser entendida como sendo a diferença entre a receita esperada menos os gastos variáveis com ela relacionados, ou seja, matéria prima, comissão e tributos sobre venda, por exemplo.

A ideia deste conceito é que se consiga apurar o quanto sobraria para a empresa em cada uma das vendas realizadas. Mas não seria o lucro do negócio pois este valor seria utilizado para pagar os seus gastos fixos, tais como, aluguel, pessoal administrativo, contabilidade, etc.

Esta informação é importante pois se todos os gastos fixos forem somados e em seguida divididos pela margem de contribuição unitária pode-se descobrir quantas unidades devem ser negociadas para igualar as receitas e com os gastos totais, ou seja, o seu ponto de equilíbrio.

Projetar esta informação é importante pois gera uma avaliação inicial do risco envolvido no negócio pois se um produto ou serviço tem alta margem de contribuição, mas elevado valor de gasto fixo pode ser que a quantidade vendas necessária para equilibrar o negócio seja impraticável.

Também através desta análise a startup poderá ter uma ideia de quanto tempo se espera chegar ao volume de venda de equilíbrio.

Planejamento do fluxo de caixa

Com as informações de gastos da empresa, evolução prevista de vendas e preços esperados, o empreendedor pode projetar o fluxo de sua startup.

Nesta projeção devem ser segregados alguns pontos relevantes como faturamento em cada um dos meses, tributos sobre vendas, gastos variáveis e fixos, além dos saldos de caixa tanto mensal quanto acumulado.

A projeção do fluxo de caixa é extremamente importante pois irá evidenciar o quanto de recurso financeiro a startup necessitará até o momento em que tenha condições de operar de maneira independente.

Esta informação servirá de base para que o empreendedor tenha condições de avaliar o risco envolvido no negócio que pretende tornar realidade e também se tem condições financeiras para atuar de maneira isolada.

Muitas vezes, como resultado desta avaliação percebe-se que haverá necessidade de contar com o apoio financeiro de investidores. Existindo um bom e promissor negócio, os empreendedores atualmente podem contar com diversas estruturas de financiamento como os chamados investidores anjo.

Neste caso, também a projeção do fluxo de caixa do negócio será fundamental pois servirá de base para uma eventual negociação com investidores para alavancar o negócio.

Sobre o Autor

Louremir Reinaldo Jeronimo é doutor em Administração pela FGV-EAESP, mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, tem MBA em Controladoria e Finanças pela FUNDACE/USP e é formado em Administração de Empresas pela PUC-SP. Atualmente, ele é professor da STRONG FGV nos cursos de MBA de Gestão Financeira Controladoria e Auditoria, Gestão Empresarial e Gerenciamento de Projetos.

Sua experiência profissional se desenvolveu nas áreas Financeira e de Controladoria, sendo atualmente consultor de implementação de sistemas de Planejamento Financeiro e Orçamentário. Atuou em projetos de consultoria em diversas empresas no Brasil e América do Sul.

Autor dos livros “Desempenho Corporativo – O alinhamento da TI com a gestão estratégica e financeira” e “Projetos de Tecnologia de Informação – Como Aumentar o Valor que o Uso de Tecnologia de Informação Agrega às Organizações”, bem como de artigos nas áreas contábil, financeira e tecnologia da informação voltada para planejamento financeiro.

Atualmente publica periodicamente artigos sobre planejamento financeiro e orçamentário em seu Blog Orçamento Empresarial (www.orcamentoempresarial.com).


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