Por Eduardo Becker, economista e coordenador do curso de economia da faculdade ESAGS
O plano de medidas anunciado pelo Governo Federal, para reduzir as contas de energia elétrica e que começam a valer em 2013 vai beneficiar a todos: empresas, consumidores e o próprio Governo. As empresas terão seus custos reduzidos de forma considerável, principalmente a indústria. Os consumidores serão beneficiados por um efeito renda, o que faz diminuir seu custo de vida real. O Governo, por sua vez, será beneficiado por uma inflação esperada menor em 2013, dado que o preço da energia elétrica é um dos componentes mais importantes na composição dos índices de preços.
Considerando que 2013 tende a ser um ano de reaquecimento econômico e retomada da inflação, esta menor expectativa inflacionária deverá ser muito comemorada pelo Governo brasileiro. Os sucessivos cortes dos juros promovidos em 2012, as obras de infraestrutura para a Copa do Mundo e retomada das exportações tendem a pressionar os preços para cima e, portanto, uma redução nas tarifas de preços administrados como a energia elétrica tendem a segurar esta alta.
Para as empresas, o que muda efetivamente é que mais recursos irão sobrar para reinvestimentos na produção e novas contratações. As pequenas empresas prestadoras de serviços talvez não sintam tanta diferença, mas a indústria será muito beneficiada. Após um período de câmbio desfavorável e baixa na produção, este será um belo de um estímulo para que voltem a crescer e gerar empregos.
Para os consumidores, apesar de ainda possuirmos uma das mais caras contas de energia do mundo, a redução irá proporcionar alguma economia. Imagine o exemplo de uma família que tenha uma conta de luz média de R$ 200,00/mês. Esta redução de tarifa proporcionará uma economia de aproximadamente R$ 384,00 por ano. Com esse montante, o consumidor pode pagar parte do IPVA, uma parcela do seguro do automóvel ou até mesmo aplicar e compor uma nova poupança.
Resta uma dúvida: se um corte dessa magnitude pôde ser feito sem comprometer as receitas governamentais, porque Governos anteriores não o fizeram? Será que faltou vontade política?
Sobre a ESAGS:
Faculdade com certificação de qualidade FGV (cursos de Economia e Administração) em Santo André e Santos.