A entrada em uma universidade é uma das maiores preocupações de um aluno de ensino médio. É um momento de muita pressão e decisões que precisam ser tomadas.
Mas, não é apenas aos jovens que o tema traz preocupação.
Pessoas mais velhas também veem um curso universitário como forma de transformar sua vida.
Independente da sua idade, se você deseja ingressar em uma universidade, é essencial que você conheça uma das principais formas de ingresso a elas: o Enem.
Se você quer saber tudo o que precisa sobre essa prova e como ela pode garantir sua vaga na faculdade, continue lendo o texto!
Afinal, o que é o Enem?
Enem é uma sigla para Exame Nacional do Ensino Médio.
Apesar do nome, você não precisa estar no ensino médio para fazer o Enem. Não se desespere, é possível conseguir uma vaga na faculdade sendo mais velho.
A prova tem esse nome justamente porque foi criada para avaliar o desempenho dos alunos que concluíram a educação básica. Porém, hoje em dia a nota obtida no exame serve de porta de entrada para diversas universidades públicas e privadas.
Os programas são variados. Existe o Sisu, o Prouni, o FIES. Pode parecer muita coisa, mas fique tranquilo que até o final do texto tudo vai ficar claro na sua cabeça.
O que cai no Enem?
Como qualquer outra prova, para conseguir um bom resultado é recomendado que você estude. Mas bom, é impossível estudar se você não sabe o conteúdo que será cobrado, não é?
A boa notícia é que, se você concluiu o ensino médio, deve ter pelo menos uma ideia dos conteúdos que formam as questões da prova. Isso porque o Enem cobra justamente o conteúdo do ensino médio.
As matérias são divididas em 5 áreas, confira:
- Linguagens e suas tecnologias: Português, Literatura, Língua Estrangeira (inglês ou espanhol), Artes e Educação Física;
- Ciências Humanas e suas tecnologias: História, Geografia, Filosofia e Sociologia;
- Matemática e suas tecnologias;
- Ciências da Natureza e suas tecnologias: Biologia, Física e Química;
- Redação.
Percebeu que nas primeiras quatro categorias há a presença de “e suas tecnologias”?
Não é por acaso. O Enem busca trazer uma aplicação ligada ao mundo real para as disciplinas cobradas.
Além disso, as questões envolvem muita interpretação de texto (que é indispensável, mas não suficiente para você se dar bem na prova).
Vale ressaltar aqui que você não precisa ficar assustado com o fato de educação física estar entre os conteúdos. Você não vai precisar fazer um exercício físico durante a prova nem nada do tipo.
Existem questões sobre educação física na prova de linguagens que são pouco recorrentes e envolvem conceitos muito básicos e por vezes exigem quase apenas a interpretação.
Falando em prova de linguagens, vamos lá entender como todo esse conteúdo é dividido no momento da aplicação do teste?
Como a prova do Enem é dividida
Para você estar preparado e entender essa prova, também é essencial que você conheça como ela será dividida na hora da aplicação.
Primeiro, é importante você saber que a prova é aplicada em dois dias, normalmente em dois domingos de duas semanas consecutivas.
Confira o que está presente no primeiro dia:
- 45 questões de linguagens (dentre elas 5 são de língua estrangeira, podendo optar entre inglês ou espanhol);
- 45 questões de ciências humanas;
- Redação.
Já no segundo dia você vai encontrar:
- 45 questões de matemática;
- 45 questões de ciência da natureza.
Ou seja, no total são 180 questões, mais uma redação. Sim, é bastante coisa. Dentro dessas questões algumas matérias e conteúdos são mais presentes que outros.
Por exemplo, a matemática possui 45 questões só dessa matéria, nos quais conteúdos como geometria e razão e proporção são extremamente recorrentes.
Já Biologia, Física e Química dividem as 45 questões de ciências da natureza, tendo conteúdos como ecologia, mecânica e físico-química, respectivamente, entre os conteúdos que mais aparecem.
Então, para estudar para essa prova, vale muito a pena estudar quais são os assuntos mais importantes. Aqui você viu alguns exemplos, mas na internet tem muito material mostrando todos os conteúdos por ordem de aparição.
Para resolver tudo isso, no primeiro dia você possui cinco horas e trinta minutos para fazer a prova. Já no segundo cinco horas.
A redação do Enem
Você pode estar se perguntando como é que redação é cobrada no Enem. Pois, existem diversas maneiras de se cobrar composição de texto em uma prova.
Alguns vestibulares dão opções de tipo de texto. No Enem, nesse ponto, é tudo mais simples. Todo ano é cobrado o mesmo tipo de texto: dissertativo-argumentativo.
E o que é um texto dissertativo, afinal? Veja algumas características:
- Possui uma estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão;
- Defesa de um ponto de vista;
- Presença de argumentos como dados e exemplos;
- No Enem, é necessária proposta de intervenção (forma de resolver o problema).
E como isso vai ser avaliado? Bom, a redação do Enem tem como nota máxima 1000 pontos. Esses 1000 pontos são divididos em cinco competências que serão avaliadas, valendo 200 pontos cada.
Conheça cada uma que vai ficar fácil de entender:
- Domínio da norma padrão da língua portuguesa;
- Abordagem do tema;
- Apresentação de argumentos coerentes;
- Coesão do texto;
- Proposta de intervenção.
Para entender como pontuar bem nessas categorias é bem útil pesquisar redações nota 1000 dos anos anteriores.
Com elas você terá excelentes exemplos de como fazer uma redação e poderá se inspirar para produzir as suas próprias. Você pode ter lido “abordagem do tema” e se perguntado: “que tema?”.
Bom, o tema da redação do Enem só é revelado no momento da prova. Junto com o tema são apresentados para você textos motivadores.
Esses textos vão lhe dar alguns possíveis argumentos e clarear o caminho que você deve seguir na construção do seu texto.
Como o tema só é revelado na hora da prova, é preciso estar bem treinado para escrever textos dissertativo-argumentativos e estudar formas de usar argumentos e conhecer alguns que podem ser usados nas diversas áreas que o tema de redação pode se encaixar.
E as notas das outras matérias?
Você já entendeu como funciona a nota de redação. Mas, e as outras matérias?
Primeiro, é importante citar que cada área do conhecimento no Enem vale 1000 pontos, igual à redação. Ao contrário do que você pode imaginar, as questões do Enem não têm todas o mesmo peso, elas valem pontuações diferentes.
Isso porque o Enem utiliza-se da TRI (Teoria de Resposta ao Item) para dar nota aos participantes. Nesse sistema, as questões são divididas em fáceis, médias e difíceis, conforme o número de acertos em cada uma.
Por exemplo, uma questão que quase todos os participantes acertaram seria considerada fácil e uma que pouquíssimas pessoas acertaram seria considerada difícil.
As questões de nível difícil valem mais pontos, e as de nível fácil valem menos pontos. As de nível médio tem uma pontuação entre as duas últimas.
Entendeu? Quanto mais difícil a questão, mais pontos ela vale. Mas, tem um porém.
O sistema de TRI também tenta identificar se você chutou questões.
E como ele faz isso? Através da análise computacional dos seus acertos e erros. Se você acertar uma questão difícil, mas errar diversas questões fáceis, por exemplo, o sistema pode entender que você chutou a questão. Se for identificado que você chutou a questão, você não receberá a pontuação completa por ela, mas uma pontuação parcial.
Deu para entender? Não faz muito sentido alguém que não consegue resolver uma questão simples resolver uma mais difícil, não é? Pois é, o TRI leva isso em consideração.
Portanto, não vale a pena deixar as questões fáceis de lado para tentar conseguir as pontuações maiores das questões difíceis.
É essencial que você busque acertar as questões fáceis para então conseguir a pontuação completa da maior quantidade de questões difíceis que conseguir acertar.
Você sabe o que é treineiro?
Existe uma categoria de pessoas que fazem o Enem sem o propósito de conseguir uma vaga em uma faculdade, eles são os treineiros.
Os treineiros não podem competir por uma vaga e podem estar em dois grupos:
- Alunos que não terminam seu ensino médio no ano em que prestam o Enem;
- Pessoas que não concluíram seu ensino médio.
Essas pessoas geralmente fazem a prova para treinar para quando forem fazer em definitivo.
Inclusive, mais uma dica: se você está no 1° ou 2° ano do ensino médio e sonha em ingressar em uma faculdade através do Enem, é extremamente útil fazer o Enem como treineiro para conhecer melhor a prova e aprender a controlar o nervosismo comum durante a aplicação.
Como usar minha nota do Enem?
Agora você já entendeu quais assuntos são cobrados na prova e a forma como eles são avaliados. Mas, será que vale a pena se esforçar tanto por uma prova? Afinal, nosso tempo é precioso e não queremos jogá-lo fora.
Bom, pode sim valer muito a pena.
Como já foi dito, através dessa prova você pode acessar a tão sonhada vaga na universidade.
Continue lendo o texto para conhecer os principais programas onde você pode competir por uma vaga utilizando a sua nota do Enem.
SISU
Sisu é uma sigla para Sistema de Seleção Unificada, onde pessoas competem por vagas em universidades públicas, onde não se cobra mensalidade.
Existem alguns critérios para participar do Sisu. São eles:
- Ter feito o último Enem;
- Não ter zerado a redação;
- Não ter participado do Enem como treineiro.
Nesse sistema, existem diversas vagas disponibilizadas por universidades públicas. Os melhores colocados, as acessam.
No programa você pode escolher uma primeira e uma segunda opção de curso. É tudo bem simples e intuitivo.
Os candidatos se inscrevem no Sisu de maneira online. Se você quiser saber um pouco mais, acesse o site do programa clicando aqui.
PROUNI
O Programa Universidade para Todos (PROUNI) oferece bolsas integrais e parciais (de 50%) em universidades privadas.
Para participar do PROUNI os critérios são diferentes do SISU. Confira quem pode participar:
- Estudantes que cursaram o ensino médio em escola pública;
- Estudantes que cursaram o ensino médio em uma instituição privada com bolsa integral;
- Estudantes com deficiência;
- Professores da rede pública que sejam efetivos no magistério da educação básica, membros de quadro de pessoal permanente de uma instituição pública.
Essas pessoas ainda precisam cumprir os critérios:
- Ter renda familiar per capita (por pessoa) de até 1,5 salário mínimo (para os três primeiros casos da lista anterior) para bolsas integrais;
- Para o caso de bolsas parciais ter renda familiar per capita de até 3 salários mínimos (também apenas para os três primeiros casos da lista anterior, não é exigido dos professores)
- Não ter diploma de curso superior;
- Ter participado do último Enem;
- Não ter zerado a redação;
- Ter obtido o mínimo de 450 pontos de média nas suas notas.
As vagas são acessadas pelos melhores colocados.
A inscrição também é feita no ambiente online. Para conhecer ainda melhor o programa acesse o site clicando aqui.
FIES
FIES é uma sigla para Fundo de Financiamento Estudantil. Através dele, os estudantes podem financiar sua entrada no ensino superior em uma universidade particular.
O financiamento tem uma taxa de juros real zero. Para ingressar no FIES é preciso:
- Ter feito o ENEM a partir de 2010;
- Ter média das notas acima de 450 pontos;
- Não ter zerado a redação;
- Possuir renda familiar per capita de, no máximo, 3 salários mínimos.
Durante o curso, o estudante só precisa arcar com uma despesa operacional do financiamento.
Após formado ele deve pagar as parcelas de acordo com sua situação financeira, havendo um valor mínimo. O prazo estimado pelo governo para a quitação da dívida é de 14 anos.
A inscrição também é feita de maneira online. Para entender ainda melhor como o FIES funciona, clique aqui e acesse o site do programa.
Esses foram os principais programas do governo que te oferecem a oportunidade de acesso a uma universidade. Mas ainda existem outras opções, como processos seletivos próprios de universidades que utilizam a nota do Enem. Nada melhor que uma boa pesquisa para encontrá-los. Agora você já sabe tudo o que precisa sobre o Enem e já pode correr atrás do seu sonho!
