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Especialistas propõem novo modelo de gerenciamento de resíduos

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24 de setembro de 2013
gerenciamento de resíduos automotivo
As empresas do setor automobilístico estão cada vez mais preocupadas com as questões ambientais e com a demonstração de desempenho ambiental correto, por meio do controle dos impactos de suas atividades, produtos e serviços ao meio ambiente. As atenções a temas ligados ao ambiente se acentuaram após aprovação da lei 12.305/2010, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Para a maior eficácia dessas legislações torna-se importante identificar o ponto de geração do resíduo, ao longo do processo produtivo, e de todas as atividades subsequentes relativas a sua gestão.
Isso porque a gestão por processos mostra-se uma ferramenta eficaz para a gestão de resíduos, na medida em que possibilita a identificação de suas entradas e saídas, desejáveis e indesejáveis. Nesse aspecto, o mapeamento e a análise de processos contribuem no desenvolvimento de um modelo de gestão de resíduos.
Tanto que a busca por novas soluções e propostas para novos modelos de gerenciamento de resíduos, tem sido cada vez mais estudada por profissionais da área ambiental e da indústria automotiva, a fim de buscar benefícios para ambas as partes.
Recentemente, um estudo de caso realizado em uma grande montadora de automóveis e localizada no Estado de São Paulo, e conduzido pelos especialistas em gestão ambiental e de sustentabilidade da STRONG/FGV, Elton Schempp Sanches, e pelo professor de mapeamento e análise de processos aplicados a estudos ambientais, Fabricio Molica de Mendonça.
O objetivo foi observar a possibilidade de estruturar um novo modelo de gerenciamento de resíduos, em geral, originados da manutenção da empresa no setor de pintura, a fim de destinar corretamente os resíduos gerados pela área e trazer benefícios tanto para a empresa quanto para o meio ambiente. A ideia é planejar a ação a partir de uma metodologia de processos, que inclua normas, legislações ambientais e coleta seletiva.
Proposta reduz volume de resíduos
Os resultados mostraram que o modelo atual de gerenciamento de resíduos utilizados na manutenção da empresa e no processo de pintura, apesar de atender às legislações voltadas para a classificação, armazenamento, transporte e destinação final dos resíduos, precisa ser substituído por um novo modelo. Segundo os estudiosos, o setor de pintura gera um volume de resíduos de 1.200 quilos mensais provenientes da manutenção.
“Precisamos de um sistema capaz de identificar os resíduos, no momento em que forem gerados, para armazená-los de forma mais eficiente e transportá-los de modo seguro até à Central de Tratamento de Resíduos (CTR). Essa recepção de resíduos sem contaminação pela CTR traz ganhos ambientais e financeiros”, avalia Elton.
Em relação aos aspectos ambientais, os especialistas identificaram que a recepção de resíduos sem contaminação pela Central de Tratamento de Resíduos reduz o volume de resíduos contaminados enviados aos aterros sanitários. “A criação de modelos de gerenciamento de resíduos tem tido uma importância significativa para o mercado, uma vez que contribui para o atendimento de legislações ambientais e ainda permite um ganho financeiro para as empresas, metodologia que pode ser adotada em qualquer empresa, independentemente do porte”, pontua Sanches.
Na opinião do professor, Fabricio Molica, iniciativas como essa estabelecem metodologias e sistemáticas eficientes de trabalho, voltada para a identificação de resíduos nas diversas áreas das empresas. “É possível diagnosticar os modelos existentes para atender as legislações ambientais e propor modelos mais eficientes que atendam desde a área geradora de resíduos até seu destino final”, complementa Fabrício.
Projeto piloto será apresentado em congresso na Bahia
O projeto, piloto, será apresentado no próximo Encontro Nacional de Engenharia de Produção, em Salvador, Bahia, em outubro. O evento é considerado um dos melhores congressos na área de Engenharia de Produção e possui áreas específicas para discussões voltadas para a temática ambiental. O tema central deste ano é “A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos.”

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